PARA ESCLARECER BEM AS PRÁTICAS NAZI-FASCISTAS
Milícias armadas e aparelho repressivo do Estado
Os totalitarismos nazi-fascistas contaram com o apoio de milícias armadas que intervinham na repressão violenta das greves e manifestações. Cedo chamaram a atenção de grandes industriais e financeiros, que viam na sua atuação uma forma eficaz de combater todos os fatores de desestabilização da ordem burguesa. Apoiaram-nas, financiaram-nas, militarizaram-nas, transformando-as numa poderosa máquina de repressão dos opositores aos seus interesses económicos e políticos.
Encenação da força
Propaganda
Mobilização e arregimentação das massas (enquadramento das massas)
Os totalitarismos nazi-fascistas contaram com o apoio de milícias armadas que intervinham na repressão violenta das greves e manifestações. Cedo chamaram a atenção de grandes industriais e financeiros, que viam na sua atuação uma forma eficaz de combater todos os fatores de desestabilização da ordem burguesa. Apoiaram-nas, financiaram-nas, militarizaram-nas, transformando-as numa poderosa máquina de repressão dos opositores aos seus interesses económicos e políticos.
Com a ascensão dos partidos totalitários ao poder e com a construção de estados policiais, estas milícias vieram a constituir as forças de sustentação do Estado, transformando-se em forças policiais institucionais de repressão dos opositores ao regime
Na Itália, era a Milícia Voluntária para a Segurança Social e a Organização de Vigilância e Repressão do Antifascismo. Na Alemanha, eram as Secções de Assalto (SA), que foram perdendo poder para as Secções de Segurança do Partido (SS), de carácter paramilitar e para uma tenebrosa polícia política, a Gestapo, que exerciam vigilância atenta e controlo da população, enviando para os campos de concentração quem manifestasse o mínimo sinal de oposição ou fosse denunciado como tal.
Encenação da força
Outra forma de cativar a simpatia da opinião pública era a organização de grandes manifestações de força, enquadradas no desenvolvimento de intensas ações de propaganda.
As forças de repressão militares e paramilitares exibiam a sua capacidade de organização em espetaculares manifestações de ordem, disciplina, força e autoridade, exibindo o poderoso material bélico, no meio das bandeiras do partido, transformadas em símbolo nacional. Um público fascinado com tal grandeza assistia, fascinado e empolgado com os discursos dos lideres que apelavam ao orgulho nacional e desenvolviam a veneração do poder e o culto do chefe.
Propaganda
As forças do regime desenvolviam uma intensa propaganda de enaltecimento da grandeza nacional e de denúncia de todas as causas que impediam a afirmação dessa grandeza, apoiada em modernas técnicas audiovisuais.
Nas ações de propaganda os ditadores:
- propõem programas nacionais de resolução da crise económica e de promessas de emprego;
- apresentam propostas para a recuperação da grandeza da Nação (reintegração de territórios perdidos; expansão imperialista para outros territórios...);
- prometem pôr fim à agitação socialista e combater o comunismo internacionalista;
- apelam à pureza da raça (na Alemanha), prometendo eliminar todos os fatores de degeneração étnica;
- prometem ordem, disciplina e estabilidade.
Repressão da inteligência
Na Itália, o Ministério da Imprensa e da Propaganda e, na Alemanha, o Ministério da Cultura e da Propaganda controlam as publicações escritas, a rádio, o cinema, mediante uma apertada censura; colocam a produção intelectual ao serviço do Estado totalitário pela imposição de textos e de programas nacionalistas; proíbem e eliminam toda a produção intelectual contrária à ideologia do regime; perseguem os intelectuais e impõem-lhes a submissão do seu pensamento aos interesses da Nação.
Em particular na Alemanha, as ruas, edifícios públicos, fábricas são equipadas com altifalantes que emitem em contínuo programas nacionalistas.
Mobilização e arregimentação das massas (enquadramento das massas)
A arregimentação submissa da população foi um dos principais meios de afirmação destes regimes.
Começava muito cedo, quando nos primeiros anos de vida as crianças eram integradas em organizações onde eram educadas tendo em vista a formação de fiéis e submissos servidores do Partido e do Estado. Eram organizações com carácter militarista onde imperava a ordem e a disciplina. Na Itália, depois de passarem por sucessivos escalões de formação, os jovens a partir dos 18 anos integravam as Juventudes Fascistas. Na Alemanha, entravam nas Juventudes Hitlerianas. Depois de uma forte inculcação de valores nacionalistas e anticomunistas, através de programas de ensino rigorosamente vigiados e por professores subservientes ao regime, tornavam-se importantes instrumentos de divulgação da ideologia, de vigilância e de repressão da oposição.
Para ter uma vida sem suspeitas nem perseguições a população devia enquadrar-se nos instrumentos de arregimentação que passavam pela filiação no Partido (Nacional-fascista na Itália, Nacional-socialista na Alemanha), condição indispensável para aceder a qualquer posto de trabalho na função pública. Os trabalhadores tinham de se inscrever obrigatoriamente nas organizações corporativas propostas pelo regime (a Frente de Trabalho Nacional-socialista na Alemanha, as Corporações na Itália), pois os sindicatos livres eram proibidos.
Até a ocupação dos tempos livres era controlada pelo regime. Foram criadas instituições nacionais que organizavam atividades de carácter cultural e recreativo, nas quais os trabalhadores tinham o dever patriótico de participar ( o Dopolavoro - "Depois do Trabalho" - na Itália, o Kraft durch Freude - "Alegria no Trabalho" - na Alemanha).
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