OS PROBLEMAS DA SOCIEDADE PORTUGUESA E A CONTESTAÇÃO DA MONARQUIA

No final do século XIX a sociedade portuguesa era mais instruída e informada que em 1852. A vida urbana tinha-se alterado significativamente, propiciando a proliferação das ideias republicanas e anti-monárquicas principalmente entre a burguesia urbana de Lisboa, Porto e Coimbra. Entre os factores que contribuíram para isso: 
  • A vida dos cafés, a educação básica e os jornais tornaram a opinião pública muito informada e interventiva. 
  • O rotativismo partidário entre os partidos do regime Regenerador e Progressista e a falta de soluções   contribuíram para a falta de credibilidade do sistema monárquico liberal, havendo suspeitas de manipulação de resultados eleitorais. 
  • os governos e o rei passaram a ser muito criticados sendo cada vez mais frequente a censura ao regime. 
  • A insatisfação e descontentamento populares eram grandes devido à crise económica e financeira que assolava o país. 
Neste contexto surgiu o Partido Republicano em 1876 desenvolvendo uma retórica antigovernamental e aproveitando todos os factos políticos e económicos que resultassem em argumentos que mobilizassem as populações e encontrassem eco nas suas reivindicações. 

Em 1890 o episódio do Mapa cor de rosa e do Ultimatum deu argumentos à oposição para reclamar com violência contra o rei. Abandonando aos ingleses as pretensões de ocupação dos territórios do Chire o governo português deu argumentos aos republicanos para desenvolverem uma série de acções populares de protesto contra o rei e os interesses ingleses.
Um ano depois em 31 de Janeiro de 1891 deu-se a primeira revolta republicana em Portugal.

O ambiente de contestação e de quase estado de sitio fez com que o rei visse a sua autoridade posta em causa sendo obrigado a tomar medidas de reforço do seu poder:
  • Convidou o politico João Franco para primeiro ministro
  • dissolveu o Parlamento em 1907 e deu a João Franco poderes de ditadura.
O sentimento antimonárquico tornou-se muito forte levando a Carbonária a organizar um atentado contra o rei em 1908, o regicídio, no qual faleceu também o príncipe herdeiro Luís Filipe.

D. Manuel tornou-se o último rei de Portugal como D. Manuel II. Sem conseguir resolver os problemas nacionais governou em contestação quase permanente sendo deposto em 5 de Outubro de 1910 juntamente com sua mãe D. Amélia. 

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