O COMUNISMO DE GUERRA E A DITADURA DO PROLETARIADO

Num quadro de ditadura do proletariado em que o Estado era controlado pelos proletários era necessário assegurar a defesa da via comunista. Para isso Trotsky organizou o Exército Vermelho fazendo frente ao Exército Branco, constituído pelas forças dos grandes proprietários e de antigos dirigentes políticos (que reagem aos decretos revolucionários) apoiados pelos países aliados e capitalistas, que invadiram a Rússia depois da Revolução (receosos da internacionalização da revolução). 
Nesta conjuntura de guerra civil, os revolucionários implantam uma política de ditadura feroz e repressiva a nível interno, designada por Comunismo de Guerra. 
Foram os tempos do terror vermelho, em que se consolidou um regime de partido único, policial, persecutório e repressivo, suspendendo-se a constituição, extinguindo a assembleia dos sovietes e os outros partidos políticos. É criada a polícia política - a Tcheka - e instituídos os campos de concentração e a censura (que suspendeu o decreto sobre a imprensa). Quem manifestasse o mais pequeno sinal contrarrevolucionário era duramente reprimido.

Assim se pôs fim à democracia dos sovietes: a terra e as fábricas foram retiradas ao controlo dos sovietes de camponeses e de operários e passaram para o controlo do Estado. Iniciou-se o processo de nacionalização de toda a economia e era ao Estado que cabia a gestão da produção e a distribuição dos bens pela população. Estas medidas revolucionárias não foram aceites sem contestação. Piquetes de operários vigiavam a entrega de colheitas ao Estado. Nas cidades as fábricas tinham que trabalhar ao sábado, verificando-se outros abusos dos direitos:
  • Nacionalização das empresas com mais de 5 operários 
  • Trabalho obrigatório dos 16 aos 50 anos;
  • Prolongamento do horário de trabalho;
  • Repressão da indisciplina.
 
 

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