A GRANDE DEPRESSÃO
Ao longo dos anos vinte, apesar da prosperidade evidenciada por largos setores da economia americana, havia outros que não conheciam o desenvolvimento esperado. A extração de carvão, a construção ferroviária, têxteis tradicionais e estaleiros navais tardavam em desenvolver-se o suficiente e a ultrapassar uma certa estagnação desde o final da guerra e o desemprego aumentava, além dos baixos salários que em geral eram pagos aos assalariados que obrigavam grande parte da população a viver do crédito e das prestações para comprar todo o género de bens. Colheitas demasiado excedentárias na agricultura provocavam baixos preços e queda dos lucros dos agricultores. Assim, largos setores de atividade sobreviviam com recurso aos bancos e aos empréstimos, quer para ultrapassar dificuldades de tesouraria quer para manter um certo nível de despesa. Também os investidores acionistas atraídos pelos lucros que a compra e venda de ações gerava desenvolviam paralelamente essa atividade utilizando empréstimos bancários para o fazerem. E assim a especulação bolsista aumentava (a bolha acionista...) apoiada nas expectativas do crescimento económico gerando valores das ações que não correspondia à real situação financeira de muitas empresas bem cotadas.
Entre 21 e 29 de Outubro de 1929 o valor das ações começou a descer acentuadamente lançando o pânico na Wall Street e levando muita gente a procurar sem resultado vender as ações que subitamente não tinham compradores. Tal aconteceu devido às noticias alarmantes sobre a situação de algumas empresas bem cotadas e pela falência de alguns especuladores ingleses na bolsa de Londres como a casa comercial Clarence Hatry. Os investidores ingleses na Wall Street venderam em massa e o valor das ações dos pequenos investidores caiu a pique levando à insolvência milhares de pequenos investidores que se tinham endividado na banca para investirem nas ações. De um dia para o outro os acionistas ficaram sem dinheiro e os bancos que lhes tinham emprestado também, provocando falências em muitas casas bancárias americanas. Outras consequências:
- empresas faliram
- desemprego elevadíssimo
- quebra no consumo
- quebra dos preços
- baixa da produção industrial
- baixa dos salários
Efeitos sociais:
- proliferação dos bairros de lata
- fome e pobreza extremas
Desenvolveu-se assim o longo período de crise a que se deu o nome de Grande Depressão.
Mundialização da crise: persistência da conjuntura deflacionista
A conjuntura era deflacionista, marcada por:
Filmes mais recentes também focaram a temática da Grande Depressão, através de outros pontos de abordagem como "Cinderella Man" de 2005.
Os efeitos da crise alastraram para todo o mundo. Todos os países dependentes dos capitais americanos foram afetados pela retirada dos investimentos e capitais americanos em outros países nomeadamente na Europa, América do Sul e Oceania. Também os países dependentes do comércio e das exportações para os E.U.A. foram fortemente afetados pela crise e entraram também em crise económica devido à política protecionista de H. Hoover que aumentou as taxas sobre as importações para 50%.
A conjuntura era deflacionista, marcada por:
- queda dos preços
- quebra da produção
- diminuição do investimento e da produção.
Os países afetados pela crise adotaram políticas restritivas:
- reduziram a concessão de crédito
- aumentaram impostos
- reduziram ordenados
- desvalorizaram moedas
Mas os efeitos foram ainda mais negativos pois retraia-se a procura dificultando a recuperação económica criando mais obstáculos ao investimento e ao crescimento.
Para melhor entender a conjuntura vivida na época recomenda-se a leitura do livro "As Vinhas da Ira" (1939) do escritor americano John Steinbeck ou o filme com o mesmo nome, datado de 1940 (existe no CRE).
Filmes mais recentes também focaram a temática da Grande Depressão, através de outros pontos de abordagem como "Cinderella Man" de 2005.
ou " Cotton Club" (1984).
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